quinta-feira, novembro 19, 2009

A história de uma escrava sexual relatada pela própria

Uma jovem, feliz por ter sido escolhida para o lugar de empregada doméstica de um patrão árabe, acabou por perceber que o cargo era, afinal, o de escrava sexual.

Sunarsih, nome fictício, tinha 17 anos e pertencia a uma família pobre quando começou a sonhar com uma vida melhor, fora da pequena aldeia indonésia onde vivia.
Ninguém, nem mesmo a família, sabe o que lhe aconteceu há 15 anos, quando julgou ter encontrado a oportunidade por que ansiava, à semelhança de tantos indonésios das zonas mais pobres do país que sonham uma vida melhor através da migração. Mas, para muitos, o sonho rapidamente se revela um pesadelo.
Segundo a CNN, Sunarsih pedindo para não ser identificada,  conta que respondeu a um anúncio que pedia uma jovem virgem, de pele escura e alta para empregada doméstica. "Fui escolhida entre centenas. Fiquei tão feliz, era como um sonho tornado realidade. Fiquei tão orgulhosa. Os meus amigos diziam como eu era sortuda por ter sido escolhida tão rapidamente", recorda.
Duas semanas depois, o empregador levou-a para casa, na Arábia Saudita. E foi aí que o pesadelo começou.
"O meu verdadeiro patrão não era ele, mas o seu pai, deficiente, paralisado na parte baixo do corpo", conta, explicando que era obrigada a estimulá-lo sexualmente, assim como aos seus nove filhos.
Um dia, ao ver o portão aberto, Sunarsih fingiu que ia despejar o lixo e conseguiu fugir, acabando por encontrar um abrigo dirigido por indonésios, onde se julgou a salvo. Mas por pouco tempo.
"Enganaram-me. Escapei da boca do crocodilo e acabei na do leão".
Vendida por pouco menos de 900 euros a outro homem, foi obrigada a trabalhar como prostituta. Ao longo de um ano, foi violada de forma brutal.
"Senti que estava a morrer", recorda. "Fui humilhada, trataram-me como um aninal".
Acabou por ser uma intervenção da polícia saudita a libertá-la daquele pesadelo, apesar de ainda ter sido detida por seis meses antes de ser deportada. A vergonha impediu-a de contar à família.
A UNICEF estima que cerca de 100 mil mulheres e crianças indonésias sejam traficadas como escravas sexuais tanto no país como no estrangeiro.



Sem comentários: